Festival de mastros

Os mastros populares também denominados como mastros de promessa ligados ao culto da fé cristã foram outrora uma celebração presente em toda a freguesia, com maior prevalência nas zonas mais rurais. Estas celebrações, que misturavam conceitos como o ritual, a fé, o sagrado e a tradição resultavam de um pedido mediante uma promessa efetuada a uma entidade divina e que posteriormente atendidos os pedidos, dariam lugar ao pagamento da promessa através de um ritual de celebração em forma de mastro. Esta celebração numa vertente artística popular era constituída pela construção e ornamentação de um mastro como figura central onde convergiam cordas enfeitadas com fitas, bandeiras e balões de papel de tecido e até rendas de várias cores, todos de diferentes estilos dependentes da criatividade de quem os elaborava. Como parte integrante da celebração realizava-se em torno do mastro um baile muitas vezes ao som de uma concertina, de uma harmónica ou de uma grafonola, no entanto o ritual só ficaria completo com a distribuição de pequenos petiscos e bebidas, sendo que em alguns mastros eram penduradas as tradicionais popias que eram comidas depois de finda a celebração e deitado o mastro abaixo.

De forma a que esta tradição perdurasse, no inicio dos anos 90, do século passado, um grupo de São Teotonienses, uniu esforços para dar início a uma festividade que celebrasse este ritual, mas acima de tudo que conservasse a tradição, a identidade e arte popular das nossas gentes. Da conjugação de esforços e cooperação com entidades publicas, agentes económicos e os habitantes da freguesia resultou a criação do Festival de Mastros sendo a sua primeira edição no verão de 1991, evento este que perdura até aos nossos dias, realizando-se de 2 em 2 anos, nos anos ímpares. Ficou também associada a premissa “São Teotónio nã drome” enraizada nos nativos com as estórias da história desta terra.